Escola não é quartel, estudante não é caso de polícia! Barrar a extrema-direita: fortalecer a construção de um Movimento Estudantil radical e combativo!

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Na segunda-feira (03/06) professores e alunos da rede estadual paranaense, se uniram em ato contra a privatização da gestão de 200 escolas que naquele dia seria votada na Assembleia Legislativa Estadual do Paraná (ALEP), desde o início o ato demonstrou-se anormalmente policiado. 

No horário previsto para a votação, os manifestantes ocuparam a assembleia, e em resposta, a votação foi transferida para modalidade online. A ocupação se manteve até o dia seguinte, com cerca de 50 pessoas permanecendo ali pela noite. Durante o período de ocupação, a polícia militar lançou bombas de gás lacrimogêneo e violentou diversos professores e alunos protestantes. Além disso, um técnico da Universidade Federal do Paraná e uma professora do estado passaram a noite detidos na Cadeia Pública de Curitiba. 

Além de afirmar que punirá os manifestantes, o Governo de Ratinho Jr. tem afastado diretores e professores que se posicionam a favor da greve docente. Estes acontecimentos vêm seguidos de anos do programa de militarização que já alcança 312 escolas paranaenses e o encerramento de 129 turmas noturnas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que priva alunos trabalhadores da educação e aumenta a evasão escolar no estado. 

Enquanto repressivas, medidas assim não são novidade no Brasil, assemelhando-se muito às posições tomadas pelo Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Em maio, após a proposta de implementação das escolas cívico-militares no estado, a PM de Tarcísio agrediu e prendeu estudantes e trabalhadores que se manifestavam contra a votação do projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). 

E não para por aí: em seguida, a Polícia Militar de São Paulo mais uma vez agrediu estudantes, desta vez, dentro da própria universidade, durante uma visita do governador à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

As ações de Ratinho Jr. e Tarcísio são parte estratégica de um projeto de precarização da educação pública. É a partir do sucateamento de escolas e universidades que a extrema-direita toma passe livre para privatizar e militarizar a educação, entregando o serviço público nas mãos dos serviços terceirizados. Os grandes tubarões da Educação veem nos sistemas de ensino oportunidades de lucros e enriquecimento da burguesia brasileira. E, destacamos, entregar as escolas à iniciativa privada é precedente para os demais serviços públicos.

Ao lado dos grandes oligopólios da educação e sob o comando das polícias militares de seus estados, governadores investem na repressão do movimento estudantil, detendo e violentando estudantes e trabalhadores numa espécie de criminalização das lutas do ensino público – trabalhando a serviço do neoliberalismo e seu aliado mais fiel, o fascismo.

É tarefa dos revolucionários, estudantes e trabalhadores brasileiros, estar à frente das lutas contra o desmonte e mercantilização do ensino público. Em combate a repressão e prisão dos nossos, devemos liderar as lutas por uma educação emancipatória, que eduque para a construção de um novo mundo, livre das amarras do capitalismo. Por uma educação emancipatória, radical e combativa: nenhuma escola será privada ou militar! 

Daniela Oliveira e Graciela Blanco – Coordenação Nacional do Ecoar

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